TAÇA DE RAZÃO - WILLIAM CONTRAPONTO


 TAÇA DE RAZÃO 

William Contraponto 


Manter as portas fechadas 

Ou adormecer de punhos cerrados, 

 A diferença entre os seus valores

Muda nas versões dissimuladas.


O que alivia  a pressão é uma dose

Mas qual a dose certa?

A decisão mais esperta 

Entre as lágrimas e o concreto.


A taça que serve a razão 

Convence ou fica neutra

Num gole de alguma outra

Mais ardente questão. 

 

E, então,  volta

 Para aquela primeira

 Que toda noite te revira

 E por nada te solta.


Enquanto a taça cheia estiver 

O pensamento apenas bordeja,

Não se oferece a quem quer que seja

Aquilo que somente nos cabe beber.


Quando a taça esvaziar 

O pensamento já não bordeja,

Não se entrega a quem quer que seja 

A decisão que somente nos cabe tomar.