Começando - o relato.

 Somente quem vive uma situação pode falar sobre a mesma. Mas quando se trata de algo tão forte, complicado e que deixa tantas cicatrizes profundas na alma como é  o caso de quem foi abusado ou abusada na infância, por exemplo, a questão é muito mais difícil de ser expressada e precisa de uma consciência fortificada para tanto. Principalmente quando tais relatos mexem diretamente com a visão deturpada que os demais possuem sobre determinados fatos e pessoas que pouco nobres são em suas realidades.

Indo no sentido de me fortificar e preparar vou tentar aos poucos ir soltando os relatos  conforme me sinto pronto. É,  portanto, no meu atual entendimento que se faça necessário o dividir daquilo que passei como forma de um desabafo que  também  traga ao conhecimento a necessidade de  proteção contínua para que crianças não vivam situações que agridam seus corpos e  almas. 

Não sei por onde nem como começar, então, pode demorar um pouco ou vir tudo de uma única  vez.

Esse são os primeiros passos. Ter consciência. Saber que aquilo era um abuso. Ou mais de um. E iniciar a jornada de expurgo do que  seja possível  através do relato. Eis o primeiro passo  dessa última fase citada.