O Mistério que Somos
William Contraponto
Há um lume cambaleante
No céu desta noite sem dono,
Há uma canção inquieta
Na sala onde a espera é abandono.
Há um sopro que se insinua
Por frestas do pensamento,
Há um tempo que continua
Sem promessa de alento.
Há um passo que se demora
No chão de sua própria ausência,
Há um eco que a hora
Transforma em consciência.
E no compasso vacilante
Do ser que escolhe o caminho,
Há um lume cambaleante
No mistério que somos sozinhos.

