O Império da Mentira - William Contraponto

 



O Império da Mentira 

William Contraponto


O sangue traça o marco da inglória,

Não há justificativa no terror gratuito.

A mentira inaugura uma fase decisória, 

Com seu império, grito e bomba dá o veredito.


O medo ergue o altar do comandante,

Que vende paz com pólvora na mão.

Se o inimigo é vago e mutante,

Cabe ao discurso moldar a razão.


A história curva-se ao protocolo,

Entre sanções, promessas e punhais.

E a verdade, enclausurada no solo,

Silencia sob escombros imorais.


Cria-se o monstro em tela e manchete,

Edita-se a fúria com precisão.

A máquina mente, projeta e repete,

E a guerra ganha nova encenação.


Com mapas falsos e dardos verbais,

Assina pactos, escolhe a invasão.

E enquanto lucros fluem dos canais,

O povo sangra sem explicação.


Em salas frias, o jogo é traçado:

Quem morre, quem lucra, quem irá cair.

E a potência, ao engano viciada,

Segue a história que insiste em mentir.