Citação Acadêmica



Citação Acadêmica


Em 2022, versos de William Contraponto foram citados em um estudo acadêmico desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Educação, Diversidade e Direitos Humanos (GPEDDH), vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS).

O texto, apresentado em publicação institucional do grupo, utiliza um fragmento poético de Contraponto —


“Diversidade é a riqueza da vida.

É a beleza de cada ser.

É a harmonia de todas as vozes.

É a melodia que nos faz crescer.”


— como referência conceitual na reflexão sobre diversidade, inclusão e convivência no ambiente educacional.


A citação é analisada em diálogo com Paulo Freire, destacando o pensamento de William Contraponto como expressão da harmonia entre as diferenças e da valorização da singularidade humana.

Tal reconhecimento insere sua obra no campo do pensamento educacional e humanista contemporâneo, consolidando-o como poeta de relevância intelectual cuja escrita transcende o literário e dialoga com a pesquisa científica e pedagógica.


Abaixo o trecho citado no referido documento:






ESSÊNCIA E FORMA - WILLIAM CONTRAPONTO

 



Essência e Forma

William Contraponto


Do caos brotou a flor inteira, 

sem dono, sem moldura imposta, 

a vida é força verdadeira, 

que ri da lei que a reduz e encosta. 


No toque verde da paisagem, 

o ser se busca em cada tom, 

há grito mudo na passagem, 

de quem desperta e diz que é som. 


Ser é rasgar o véu do mundo, 

e não caber no que definem, 

é o gesto livre e mais profundo, 

dos que, ao ser, jamais se inclinem. 


A natureza é o verbo nu, 

que ensina o homem a existir, 

sem pretensão de ser tabu, 

nem medo algum de refletir. 


E quando o ser enfim se aceita, 

na diferença encontra abrigo, 

a vida é múltipla e perfeita,

porque o diverso é o próprio amigo. 


Mercadores de Fumaça - William Contraponto



Mercadores de Fumaça

William Contraponto


Mercadores de fumaça,

Nada é o que parece,

Mercadores de fumaça,

O vento logo esquece.


Vendem nuvem, vendem vento,

Prometem sol e trazem sombra,

Quem acredita perde tempo,

Mas a ilusão se desfaz na lombra.


Mercadores de fumaça,

Nada é o que parece,

Mercadores de fumaça,

O vento logo esquece.


Com palavras de ouro e espelho,

Sorriso ensaiado, mão leve,

Mas quem conhece o próprio conselho

Sabe que a máscara cedo ou tarde se deve.


Mercadores de fumaça,

Nada é o que parece,

Mercadores de fumaça,

O vento logo esquece.


Feira do vazio, da mentira,

Trocam o real por teatro e cor,

Mas quem se mantém e não se delira

Segue firme no rumo do que tem valor.


Mercadores de fumaça,

Nada é o que parece,

Mercadores de fumaça,

O vento logo esquece.


O Nada é a Raiz de Tudo - William Contraponto

 



O Nada é a Raiz de Tudo

William Contraponto


Do nada ergue-se o sopro mudo,

Que anuncia o ser em seu ensaio,

Na penumbra fria germina o estudo,

Do caos que molda o próprio raio.


Nenhum sentido nasce inteiro,

É do vazio que o verbo emana,

O nada é ventre verdadeiro,

Que dá à forma a dor humana.


A vida insiste em se inventar,

Mesmo onde o tempo se desfaz,

Há um sopro que tenta se afirmar,

Na ruína que o ser nos traz.


Do limite brota o pensamento,

Raiz que toca o incerto chão,

É no silêncio do tormento,

Que o tudo nasce da contradição.


E ao fim, quando o verbo se cala,

O nada reina, lúcido e mudo,

Pois toda existência se embala,

Na origem simples de um tudo.



Reflexo Desconexo - William Contraponto

 



Reflexo Desconexo

William Contraponto 


Não é por amor nem por favor,

É o medo que mantém.

Aparência moldada no pavor

De estar consigo e mais ninguém.


Rostos se dobram em disfarces,

Almas se calam no fundo.

Caminha-se em círculos e impasses,

Um vulto preso ao peso do mundo.


A verdade arde como chama,

Mas se esconde atrás da muralha.

O coração sabe o que reclama,

O corpo finge e logo falha.


Ser livre exige despir-se inteiro,

Aceitar a sombra que nos invade.

O medo é muro, frio carcereiro,

Que nega ao ser sua própria verdade.


E quando a máscara enfim cair,

Não restará nada além da essência.

Um ser cansado de fugir,

Sedento de paz, faminto de consciência.