O Ridículo, o Escroto e o Falso
Vivemos a era da superfície, onde o que é grotesco atrai olhares e o que é vazio conquista palcos. O ridículo, o escroto e o falso não apenas existem: são celebrados. São viralizados, premiados com corações digitais e aplausos instantâneos. O mérito, a profundidade, a beleza silenciosa — tudo isso perdeu espaço para o espetáculo da distorção.
As redes sociais, que poderiam ser pontes de ideias, tornaram-se vitrines do absurdo. Quanto mais gritante, mais visível. Quanto mais insincero, mais popular. Criou-se um mercado da atenção em que qualidade é irrelevante: importa apenas capturar o próximo clique, o próximo like, a próxima reação.
E assim, confundimos relevância com popularidade, verdade com histeria, arte com ruído.
Aplaudimos o que nos afasta da reflexão e, sem perceber, nos tornamos cúmplices do triunfo da aparência sobre a essência.
